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Mitos sobre ansiedade

Mulher sentada à secretária com as mãos na cabeça em sinal de preocupação, olhando para o computador portátil, representando ansiedade e stress.

A ansiedade é uma emoção humana natural e adaptativa que todos nós experienciamos em algum momento. Surge como uma reação fisiológica normal perante situações de incerteza, dúvida, medo ou perigo. Nessas ocasiões, o cérebro ativa o conhecido mecanismo de luta, fuga ou bloqueio, preparando o corpo para lidar com a ameaça percebida.

No entanto, quando falamos de perturbações de ansiedade, referimo-nos a uma manifestação excessiva e persistente dessa emoção, que pode tornar-se profundamente limitadora. A ansiedade patológica nasce muitas vezes da interpretação catastrófica de sensações físicas (como o batimento cardíaco acelerado ou a falta de ar), levando a uma espiral de medo e sensação de perda de controlo.

Quando se instala, a ansiedade intensa pode afetar significativamente a qualidade de vida, interferindo com o funcionamento pessoal, social, familiar, académico ou profissional. Daí a importância de identificar os gatilhos e procurar apoio terapêutico especializado, com estratégias que ajudem a controlar a ansiedade — antes que seja ela a controlá-lo a si.

Vamos desmistificar alguns dos mitos mais comuns sobre a ansiedade:

#1 “Sou uma pessoa ansiosa, a ansiedade faz parte de mim e nunca vou mudar”

Não é verdade. Apesar de existirem fatores genéticos, ambientais e circunstanciais que contribuem para o aumento da ansiedade, também existem múltiplas estratégias terapêuticas que podem trabalhar a sua origem e reduzir significativamente o seu impacto.

#2 “Beber álcool ou consumir drogas ajuda a combater a ansiedade”

Falso. Usar substâncias para "aliviar" sintomas ansiosos é extremamente prejudicial à saúde física e mental. Além de não resolver o problema, aumenta o risco de desenvolver dependência, agravando a situação.

#3 “Devo evitar tudo o que me causa ansiedade”

Evitar os estímulos que provocam ansiedade pode parecer um alívio imediato, mas reforça o medo e valida-o como real. O evitamento alimenta o ciclo da ansiedade. Enfrentar gradualmente estas situações com o suporte adequado é o caminho mais eficaz.

#4 “A ansiedade está só na tua cabeça”

Embora a origem da ansiedade esteja nos nossos pensamentos, os sintomas físicos são muito reais: taquicardia, náuseas, tensão muscular, insónias e até alterações gastrointestinais são manifestações comuns e involuntárias. Reduzi-la a “coisa da cabeça” desvaloriza a experiência de quem sofre.

#5 “Forçar alguém a enfrentar os seus medos ajuda a ultrapassá-los”

Errado e contraproducente. Existe uma diferença enorme entre encorajar e forçar. A exposição deve ser feita de forma gradual e controlada, respeitando o ritmo da pessoa e com suporte profissional, sempre que necessário.

Conclusão

A ansiedade não define quem você é — é apenas uma parte de si, que pode ser compreendida, trabalhada e transformada. Informar-se, desconstruir mitos e procurar ajuda são os primeiros passos para recuperar o equilíbrio e a qualidade de vida.