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O que ninguém te disse sobre Ataques de Pânicos - 10 mitos comuns

Pessoa com expressão de ansiedade ou ataque de pânico, com as mãos na cabeça, simbolizando sensação de perda de controlo

Falar sobre ataques de pânico ainda levanta muitas dúvidas, medos e… mitos. Sim, há muito por desfazer — porque acreditar em ideias erradas sobre esta condição pode aumentar o sofrimento e atrasar a procura de ajuda. Vamos desconstruir?

  1. “Um ataque de pânico pode enlouquecer-me”
    Durante um pico de ansiedade, é comum sentir que se está a “perder a cabeça”. Mas não estás a enlouquecer. Sensações como despersonalização (não te sentes tu mesmo) ou desrealização (o mundo parece estranho) são transitórias — e muito mais comuns do que se pensa.
  2. “Só quem passou por traumas tem ataques de pânico”
    Traumas podem ser um fator, sim — mas não são o único. A perturbação de pânico pode surgir sem um acontecimento traumático identificado. Vários fatores se combinam: predisposição genética, stress acumulado, funcionamento cerebral, entre outros.
  3. “Faz mal ao corpo”
    Sim, os sintomas são intensos: coração a disparar, falta de ar, tonturas… Mas nada disto representa perigo real para a saúde. O corpo está a reagir como se estivesse em risco — mas não está. Tudo volta ao normal.
  4. “Sou anormal. Ninguém mais tem isto”
    Errado. Só a nível mundial, estima-se que cerca de 280 milhões de pessoas lidem com perturbação de pânico. Em Portugal, estima-se que afete 16,5% da população em algum momento da vida. Não estás sozinho. Mesmo.
  5. “É fraqueza ou falta de autocontrolo”
    Spoiler: não é. Ataques de pânico não têm nada a ver com força de vontade. E se já tentaste “controlar” dizendo a ti mesmo para te acalmares — e isso piorou tudo — sabes como isso não funciona. Não é falta de força. É um mecanismo automático do corpo.
  6. “Só acontece quando estou acordado”
    Nem por isso. Os ataques de pânico também podem surgir durante o sono — e isso pode ser ainda mais confuso e assustador. Sim, é raro, mas é real.
  7. “Isto vem de uma infância infeliz”
    É uma teoria antiga… e falsa. Infâncias difíceis podem aumentar vulnerabilidades emocionais, mas não são a causa direta da perturbação de pânico. Muitos adultos com infâncias saudáveis também a desenvolvem.
  8. “Se começo medicação, é para sempre”
    Não necessariamente. A medicação pode ajudar a aliviar sintomas, mas não trabalha a raiz do problema. É uma ferramenta, muitas vezes temporária, usada enquanto a pessoa aprende estratégias eficazes — como as desenvolvidas em psicoterapia.
  9. “Os ataques de pânico aparecem do nada”
    Embora pareçam surgir “sem aviso”, normalmente existe um gatilho — mesmo que discreto. Pode ser stress acumulado, alterações hormonais, hipervigilância em relação a sensações físicas, ou até padrões de respiração (hiperventilação) que o corpo interpreta como sinal de perigo.
  10. “Não há nada a fazer”
    Felizmente, isso é um mito enorme. Há sim. Psicoterapia, educação emocional, técnicas de respiração, mudanças de estilo de vida… Existem formas reais e eficazes de aprender a lidar com a ansiedade e recuperar o controlo. A ajuda existe. E funciona.